O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste sábado (20.dez.2025) que há uma tentativa de “matar” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao impedir que ele receba tratamento médico adequado enquanto cumpre pena no complexo da Polícia Federal, em Brasília.
“Já tentaram matar o Presidente Jair Bolsonaro e continuam tentando concluir a missão… tudo sem o menor pudor!”, escreveu Carlos em uma rede social ao comentar o estado de saúde do pai.
Em outra publicação, o vereador afirmou que Bolsonaro enfrenta “dificuldades absurdas” para ser submetido a uma cirurgia considerada urgente por sua equipe médica. Segundo ele, mesmo diante de um “quadro médico grave e comprovado”, decisões clínicas estariam condicionadas a autorizações judiciais.
Carlos citou o cirurgião Cláudio Birolini, um dos médicos que acompanham Bolsonaro, segundo o qual o ex-presidente precisa passar com urgência por uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral. De acordo com a equipe médica, todos os exames já foram realizados e o diagnóstico é considerado inequívoco.
As declarações fazem referência a laudo pericial da PF (Polícia Federal) concluído na 6ª feira (19.dez), que aponta agravamento do quadro clínico de Bolsonaro, incluindo soluços incoercíveis com frequência de até 40 episódios por minuto, prejuízo ao sono, dificuldades na alimentação e risco de complicações caso a cirurgia seja adiada. Leia a íntegra (PDF – 514 KB).
Apesar de classificar o procedimento como eletivo, a perícia recomenda que a intervenção seja realizada “o mais breve possível” para evitar riscos como encarceramento da hérnia e outras complicações graves.
Após receber o laudo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a realização da cirurgia e determinou que a defesa de Bolsonaro informe, em até 24 horas, a programação e a data pretendidas para o procedimento. Em seguida, a PGR terá prazo igual para se manifestar antes da definição logística do deslocamento ao hospital.
Carlos Bolsonaro também publicou o texto em inglês, direcionando a mensagem ao público internacional e reforçando o argumento de que o ex-presidente estaria submetido a um nível de controle judicial que impediria decisões médicas básicas.
Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses em regime fechado por tentativa de golpe de Estado. Ao negar pedido de prisão domiciliar, Moraes afirmou que a cirurgia, por ter caráter programado, não justifica a alteração do regime de cumprimento da pena e que a assistência médica pode ser prestada dentro das normas do sistema prisional.


