Chefe da PF diz não poder comentar citação a Lulinha em investigação

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, tergiversou na 2ª feira (15.dez.2025) sobre a citação ao empresário Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, na investigação que apura desvios de recursos de aposentados do INSS, lavagem de dinheiro e ocultação de bens oriundos do esquema.

Rodrigues disse a jornalistas que não poderia comentar sobre o caso porque o processo está sob sigilo. Ele havia sido questionado sobre se o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria sendo investigado oficialmente pela Polícia Federal.

“Eu não posso fulanizar e falar detalhes de investigações que não tenho detalhes. […] Não basta uma pessoa ser citada para ser considerada investigada ou não investigada. Desconheço esse detalhe desse processo, creio que é um processo que está ainda sob sigilo. E que, infelizmente, surgiu essa possibilidade e que eu não posso comentar pelo sigilo da investigação”, afirmou.

Em 4 de dezembro, o Poder360 revelou que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS tem indícios apurados pela Polícia Federal de que Fábio Luís Lula da Silva, 50 anos, filho mais velho de Lula com Marisa Letícia (1950-2017), manteve relação de proximidade e até uma sociedade empresarial com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido nos meios políticos como Careca do INSS e que está preso desde 12 de setembro de 2025.

“O que eu posso dizer é que isso se aplica para todos. Não vale essa exploração midiática da citação para que já haja uma ‘pré-condenação’ quase, eu diria, de quem quer que seja. Isso eu já falei em relação a pessoas citadas em apurações nossas do campo político da oposição, do campo político do governo. É assim que vamos seguir, com responsabilidade”, disse Andrei.

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Em um depoimento relevante sobre as fraudes na Previdência, Edson Claro, ex-funcionário do Careca do INSS afirmou que Lulinha foi recebedor de valores do Careca do INSS: uma cifra aproximada de 25 milhões (a CPMI não sabe em qual moeda) e pagamentos mensais de “cerca de R$ 300 mil” (que é tratado como “mesada”), sem especificar o período.

Além disso, o filho do presidente da República também fez viagens junto com o Careca do INSS para Portugal, segundo depoimento coletado nas investigações. Essas informações eram desconhecidas com esse nível de detalhe e foram fornecidas por Claro, que se diz ameaçado pelo ex-patrão. O Poder360 teve acesso aos dados por meio de integrantes da CPMI do INSS.

O Poder360 tentou durante a 4ª feira (3.nov.2025) entrar em contato com todos os citados ma reportagem. Fábio Luís Lula da Silva vive na Espanha e o Poder360 tentou contactá-lo por meio de seu ex-advogado e amigo Marco Aurélio Carvalho.

“Não consegui falar com Fábio, talvez por causa do fuso horário. Mas acho que essa acusação é absolutamente pirotécnica e improvável. É mais uma tentativa de desgastar a imagem de Fábio Luís”, disse Marco Aurélio.