A infraestrutura digital foi um dos grandes destinos de recursos ao longo deste ano. E, no apagar das luzes de 2025, o segmento está perto de reforçar esse protagonismo com um acordo envolvendo um grande nome do setor e um dos gigantes globais de investimentos.
Quem parece disposto a acrescentar novos dígitos a essa conta é o Softbank. Liderado por Masayoshi Son, o conglomerado japonês comprou a DigitalBridge, gestora de private equity especializada em ativos como data centers.
O negócio foi fechado por US$ 4 bilhões, um prêmio de 15% sobre o preço da ação da DigitalBridge em 26 de dezembro. Os papéis da companhia chegaram a registrar alta de 30% no pre-market Bolsa de Nova York, por conta das especulações do negócio. Agora, sobem quase 10%.
Essa não seria a primeira vez que o Softbank faria uma aquisição no mundo da gestão de ativos. Em 2017, o Softbank adquiriu o Fortress Investment Group, por mais de US$ 3 bilhões. Posteriormente, o grupo vendeu sua fatia na operação para o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi.
Agora, a compra da DigitalBridge se encaixa na estratégia da gigante japonesa de tentar capitalizar a crescente demanda por capacidade computacional, na esteira das aplicações de inteligência artificial. E que vem se traduzindo, principalmente, em uma onda de investimentos em data centers.
O próprio Softbank é um dos nomes por trás desses investimentos. Em janeiro, a empresa, juntamente com a Oracle e a OpenAI, anunciaram a criação da Stargate, um projeto para a construção de centros de dados nos Estados Unidos, com um investimento projetado de US$ 500 bilhões.
À parte dessa ambição, que incluiu uma promessa de Son de investir US$ 100 bilhões já na largada da iniciativa, o desenvolvimento do projeto tem sido mais lento do que o planejado, em função de questões como as divergências sobre a localização dos centros de dados.
Há três meses, o trio por trás da Stargate anunciou planos para cinco novas estruturas nos estados do Texas, Novo México e Ohio. A projeção é de que, somados, esses data centers tenham uma capacidade de 7 gigawatts de energia.
Em paralelo a esses anúncios, a compra da DigitalBridge reforça substancialmente a presença do Softbank nesse espaço. Com sede nos Estados Unidos e fundada em 1991, ainda como Colony Capital, a companhia tem US$ 108 bilhões de ativos sob gestão e mais de 45 empresas sob o seu guarda-chuva.
Esse portfólio conta com empresas de data centers, fibra e torres como AIMS, AtlasEdge, DataBank, Switch, Vantage Data Centers, VerticalBridge e Yondr Group. E esse mapa abre espaço ainda para o mercado brasileiro.
Em 2019, a gestora fincou um pé no Brasil ao comprar a Highline, empresa de torres de celulares que pertencia ao Pátria. E, um ano depois, colocou o País definitivamente no seu roteiro ao adquirir a UD Tecnologia, data center do UOL.
O negócio foi estimado entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões. Essa operação foi rebatizada como Scala Data Centers e passou a ser a marca de data centers da gestora na América Latina. Hoje, a companhia tem 13 data centers em operação, distribuídos em quatro países da América Latina.
(Reportagem atualizada às 14h55 com a conclusão do negócio)

