Com investimento de US$ 1 bilhão no Brasil, empresa chinesa de delivery tem meta de diminuir domínio do iFood até fim de 2026Com investimento de US$ 1 bilhão no Brasil, empresa chinesa de delivery tem meta de diminuir domínio do iFood até fim de 2026

Keeta aposta em comércios menores e comissões abaixo da média, diz CEO

2025/12/26 19:01

O CEO global da Keeta, Tony Qiu, afirmou ao Poder360 que “quem oferecer os melhores serviços aos preços mais acessíveis vai vencer esta competição” no mercado brasileiro de delivery. A empresa chinesa, subsidiária da Meituan, líder do setor na China,anunciou investimento de US$ 1 bilhão no Brasil e estima construir uma rede com 100 mil entregadores até o final de 2026.

Em entrevista concedida em 18 de dezembro no escritório da empresa, Qiu explicou que a escolha do Brasil como primeiro mercado ocidental da marca se deve à robustez do setor de delivery no país. “O delivery no Brasil movimenta mais de US$ 12 bilhões. É o 5º maior mercado do mundo e ainda cresce 20% ao ano”, afirmou. Segundo dados levantados pela Meituan, em 5 anos o país deve se tornar o 4º maior mercado global.

Assista à entrevista completa (26min8s):

Qiu afirma que um dos diferenciais da Keeta é fornecer ferramentas de marketing e uma equipe de vendas para educar restaurantes sobre como atrair novos clientes. A empresa deve dar atenção especial a comércios pequenos e médios. 

Ele cita como exemplo um pequeno negócio em Santos, operado por duas empreendedoras que vendem cookies. “Elas me disseram que, antes de trabalhar com a Keeta, recebiam 10 pedidos por dia. Agora tem 20″, relatou. Segundo Qiu, alguns restaurantes dobraram as vendas em um mês após ingressar na plataforma e usarem as ferramentas do app durante o projeto piloto.

Para competir com o iFood, que detém mais de 80% do mercado, a Keeta oferece comissão 3 pontos percentuais abaixo da média. A empresa também aposta em tecnologia desenvolvida na China, onde o grupo Meituan processa mais de 100 milhões de pedidos diários. Um dos principais produtos informa quando o pedido chegará e oferece cupom se o atraso for superior a 15 minutos. “Temos confiança de que sabemos o tempo certo em mais de 90% dos casos”, disse Qiu.

A Keeta inaugurou sede em São Paulo em dezembro  e já conta com mais de mil funcionários no país, com meta de chegar a 2 mil até o final de 2026. Cerca de 90% dos trabalhadores atuais são brasileiros.

Infraestrutura e segurança

Parte significativa do investimento no Brasil será destinada à construção de uma rede logística, diz Qiu. O montante inclui a criação de centros de apoio aos entregadores, que contam com banheiros, estações de recarga e micro-ondas para aquecer alimentos.

Na área de segurança, a Keeta planeja implementar tecnologias já testadas na China. A empresa diz que vai monitorar a velocidade de entrega e acionar alertas quando os limites forem excedidos. Entregadores que ultrapassarem a velocidade permitida várias vezes, diz Qiu, serão chamados aos centros de treinamento.

A companhia também pretende trazer da China capacetes inteligentes com Bluetooth. Os dispositivos permitem aos entregadores aceitar ou recusar pedidos por comando de voz, sem precisar olhar para o celular. 

O executivo afirma que o dispositivo tem também um sistema de detecção de quedas: se o entregador cair e não se movimentar, um alarme é acionado na central da empresa, que entra em contato com o entregador na mesma hora. Se não houver resposta, a Keeta aciona serviços públicos para prestar auxílio ao prestador de serviço. 

Fim dos contratos de exclusividade

Durante a conversa com o Poder360, Qiu também criticou as cláusulas de exclusividade com restaurantes impostas pelo iFood. Segundo ele, quando uma nova companhia entra no Brasil e não consegue trabalhar com as principais marcas, torna-se muito difícil operar no setor.

“Ou eles não terão marcas para oferecer ou eles precisam pagar uma alta taxa inicial para quebrar essa exclusividade”, disse.  A prática implica, segundo o executivo, em uma trava financeira. O dinheiro da empresa acaba não sendo usado para investir em produto, operação ou serviços, mas apenas para entrar no mercado.

O executivo defendeu que o governo brasileiro debata mais o tema e busque referências em outros países. Ele citou a China, onde atualmente é ilegal ter cláusulas de exclusividade no setor de delivery.

“Acreditamos em mercado aberto, acreditamos em mercado livre”, afirmou o CEO.


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