A súbita disparada do TNSR, seguida por uma queda igualmente intensa, reacendeu o debate sobre como grandes aquisições moldam e muitas vezes distorcem o destino dos detentores de tokens. Nesse cenário conturbado, a movimentação chamou atenção por acontecer em ritmo acelerado e por destacar, mais uma vez, a fragilidade de mercados guiados por anúncios inesperados.
A Coinbase, ao integrar a infraestrutura da Vector ao seu ecossistema, mexeu em um tabuleiro já complexo e deixou muitos investidores se perguntando quem realmente ganha nesses movimentos. Além disso, a decisão ampliou discussões sobre transparência, assimetria de informação e o impacto direto dessas estratégias no comportamento de preços de novos e antigos tokens.
A Coinbase consolidou, em 2025, sua posição como principal porta de entrada para investidores de varejo que querem acessar o universo cripto com rapidez e segurança. A empresa segue absorvendo equipes e tecnologias capazes de acelerar sua visão de “corretora completa”. Assim, o anúncio da aquisição da Vector.fun, feito em 21 de novembro, parecia apenas mais um capítulo desse processo contínuo.
Mas a operação trouxe um detalhe novo. Embora a Coinbase incorpore a equipe e a tecnologia da Vector, a Tensor Foundation permanece com o marketplace de NFTs e com o token TNSR, que perde justamente o ativo que sustentava sua utilidade. O mercado reagiu de forma intensa. Em 19 de novembro, o TNSR valia US$ 0,0344. No dia seguinte, atingiu US$ 0,3650, uma alta de 11 vezes em 48 horas. Em seguida, tudo virou. O volume saltou para US$ 1,9 bilhão, e depois o preço caiu 37,3% em 24 horas e está negociado em US$ 0.09091, alimentando suspeitas de que alguém comprou antes do anúncio e vendeu após o pico.
Fonte coinmarketcap
A separação entre infraestrutura e token gerou críticas de investidores experientes. Eles enxergam uma desconexão crescente, os acionistas da Coinbase capturam valor quando a empresa compra tecnologia, enquanto os detentores de tokens perdem ativos essenciais sem compensação. O comentário do investidor Omar Kanji resume o sentimento, alguém pagou, mas não foram os donos de TNSR.
Fonte x
Esse cenário reforça um problema estrutural. A arquitetura modular das blockchains permite que empresas adquiram apenas os componentes que desejam, deixando os tokens órfãos de utilidade. A Vector, por exemplo, conectava fontes de liquidez on-chain a interfaces de usuários com grande velocidade, algo crucial para DEXs que dependem de negociações em segundos. Agora, essa vantagem está nas mãos da Coinbase, não mais da comunidade que apoiava o TNSR.
Enquanto isso, a Tensor Foundation mantém o mercado de NFTs, um setor mais lento e com margens menores. Para a Coinbase, fazia sentido evitar o vínculo com um token de governança que adicionaria riscos regulatórios.
O debate se intensifica porque o movimento inviabiliza a construção de confiança nos futuros lançamentos da própria Coinbase. Jon Charbonneau, da DBA, destacou o impacto reputacional, ao não oferecer qualquer contrapartida aos detentores de TNSR, a empresa cria dúvidas sobre suas futuras plataformas de ICOs.
Diante da falta de mecanismos claros de proteção ao investidor, o mercado reage com ceticismo. O aumento de 25 vezes no volume da TNSR antes do anúncio indica um vazamento significativo. A combinação de picos anormais e quedas bruscas aproxima esse episódio de práticas que o mercado tenta evitar.
O post Coinbase e o boom de tokens: Como uma valorização de 10x se transformou em dor de cabeça apareceu primeiro em BitNotícias.


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